Marcus Vinícius Saraiva
setembro 04, 2024 Sem categoria 0 Comment


Gerenciamento de Capacidade na Nuvem: Da Rigidez do Legado à Agilidade da Cloud

Por Gustavo Castelo Branco Crisostomo Ramos

O aparecimento da computação em nuvem transformou o cenário tecnológico das empresas de diversas maneiras. Hoje, as empresas podem obter recursos tecnológicos conforme a necessidade, efetuando pagamentos somente pelo consumo e eliminando a exigência de investimentos em infraestrutura própria.

Essa abordagem inovadora promoveu maior flexibilidade, escalabilidade e eficiência operacional, ao mesmo tempo que diminuiu despesas operacionais e de investimento. Contudo, a computação em nuvem introduz desafios inéditos no gerenciamento de capacidade, exigindo vigilância e gestão do uso de recursos, garantia da qualidade do serviço e proteção de dados, em sintonia com as demandas empresariais.

Um dos erros a se evitar é abordar a nuvem como se ela fosse meramente um data center. Esse sistema oferece muito mais do que simplesmente disponibilizar armazenamento e processamento de dados. A nuvem representa uma mudança paradigmática na forma como os recursos de TI são gerenciados e provisionados.

Portanto, ao planejar a migração para a nuvem é importante reconhecer e aproveitar as oportunidades únicas que ela oferece, em vez de replicar as práticas de um ambiente de data center legado. Isso requer uma mudança de mentalidade e uma compreensão clara dos benefícios e desafios que a nuvem apresenta e, uma dessas mudanças, é na área de gerenciamento de capacidade.

Planejar para o legado vs planejar para a cloud

Em um ambiente tradicional, o gerenciamento de capacidade está associado à elaboração de planos que assegurem recursos suficientes, como servidores, armazenamento de dados e rede para aplicações essenciais conforme necessário. No entanto, em um ambiente de nuvem é preciso adaptar os processos convencionais de gerenciamento de capacidade.

Embora os métodos para realizar o gerenciamento de capacidade possam permanecer inalterados, as atividades e técnicas que compõem os procedimentos atuais inevitavelmente passarão por mudanças. Enquanto no primeiro os planos são estáticos e rígidos, no segundo, os planos são dinâmicos e fluídos.

A rigidez do planejamento de capacidade em ambientes de TI legados contrasta com o dinamismo do planejamento dos ambientes de nuvem devido a vários fatores. Nos ambientes legados, a capacidade é planejada com base em forecast de demanda, obsolescência tecnológica, upgrades planejados, compra de hardware físico e contratação de recursos dedicados, formando uma previsão estática das necessidades futuras.

Neste cenário, as correções de curso não são simples ou baratas e podem levar muito tempo até ocorrer. Qualquer erro de julgamento durante o planejamento pode arruinar o lançamento de um produto, por exemplo, ou imobilizar recursos financeiros consideráveis que seriam mais rentáveis se aplicados em outras áreas, o que chamamos aqui de custo do capital.

O gerenciamento de capacidade em ambientes tradicionais também pode ser visto como uma abordagem um tanto pessimista, pois o foco é errar por pouco e, se possível, sempre para mais. Por outro lado, nos ambientes de nuvem, a capacidade pode ser ajustada rapidamente para atender as mudanças nas demandas.

A imprevisibilidade da demanda está lá, mas agora ela pode ser mitigada usando características inerentes às tecnologias de cloud como infrasctructure as a code, elasticidade e escalabilidade. Isso obviamente requer uma nova abordagem para o monitoramento e a análise de métricas em tempo real para prever e gerenciar os recursos de forma eficaz.

Dominando a Nuvem para ter um gerenciamento de capacidade efetivo

A dependência de serviços de terceiros e a complexidade dos ambientes multicloud podem complicar ainda mais o gerenciamento de capacidade na nuvem. A gestão da capacidade para serviços hospedados em cloud é principalmente um processo iterativo de regulação e ajuste da capacidade, juntamente com o monitoramento do desempenho.

O gerenciamento de capacidade adota uma abordagem cíclica em que as necessidades de negócios fluem de cima para baixo e o feedback de desempenho e otimização se move de baixo para cima. As fontes para determinar os requisitos de capacidade vêm de ferramentas que monitoram o desempenho dos recursos, tendências de negócios, e outros processos de gerenciamento de serviços em nuvem, tais como o gerenciamento de demanda de serviço, gerenciamento de nível de serviço, gerenciamento de portfólio de serviços e gerenciamento de mudanças.

Em resumo, enquanto os ambientes legados oferecem um nível de previsibilidade que facilita o planejamento a longo prazo, os ambientes de nuvem exigem uma abordagem mais dinâmica e adaptativa, focada na análise contínua da demanda e da performance sistêmica e na resposta rápida às mudanças nas necessidades de capacidade.

Para se ter uma ideia de como o monitoramento de desempenho é importante para o FitBank, a média mensal do mês de abril do tempo médio de geração de QrCode Dinâmico foi de 68 ms e apenas 0,001% desses QrCodes levaram mais de 1s para serem criados.

Isso mostra que todas estas mudanças e atualizações que realizamos dentro do gerenciamento de capacidade em nossa infraestrutura em nuvem é pensando no nosso cliente final, para que ele possa usufruir dos mais de 40 serviços disponibilizados pelo FitBank, e com as 1500 combinações possíveis que sua empresa pode adquirir dentro de nossa cobertura.